Cultura do arroz: características e sistema de cultivo

Por My Farm Agro  — Cuiabá/MT

O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais mais importantes do mundo, sendo um alimento básico para mais da metade da população global. No Brasil, a cultura do arroz desempenha um papel significativo na agricultura, especialmente em regiões como o Sul, onde é cultivado em larga escala.

É o segundo cereal mais cultivado no mundo, superado apenas pelo milho, e seguido pelo trigo; desempenha papel estratégico, tanto em nível econômico quanto social, para os povos das nações mais populosas do mundo; ao contrário de outros cereais, o arroz é consumido quase que exclusivamente por humanos; é um alimento em que o grão sai do campo e é consumido praticamente sem processo de industrialização.

Os estados do sul do Brasil, principalmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina, são os maiores produtores do país. O sistema irrigado predomina nessas lavouras.

Características do arroz

O arroz (Oriza sativa) é uma gramínea anual, classificada no grupo de plantas C-3, adaptada a ambientes aquáticos, esta adaptação é devido à presença de aerênquima no colmo e nas raízes das plantas, possibilitando a passagem de oxigênio do ar para a camada da rizosfera (SOSBAI, 2005).

O ciclo de desenvolvimento do arroz pode ser dividido em três fases: a fase de plântula que vai da semeadura até a emergência; a fase vegetativa que vai da emergência até o aparecimento do colar da última folha (folha bandeira) no colmo principal e a fase reprodutiva que vai da diferenciação da panícula até a maturação fisiológica (COUNCE apud STRECK et al., 2007). 

A duração de cada fase depende da cultivar utilizada, época de semeadura, região de cultivo e das condições da fertilidade do solo, a duração do ciclo varia entre 100 e 140 dias para a maioria das cultivares utilizadas (SOSBAI, 2005).

Sistemas de cultivo

Existem diferentes sistemas de cultivo de arroz, cada um adaptado a condições específicas de solo, clima e disponibilidade de recursos hídricos:

Arroz irrigado:

  • Descrição: Este é o sistema mais comum, especialmente em regiões onde há disponibilidade de água para irrigação. O arroz é cultivado em áreas alagadas, onde o solo é mantido saturado ou submerso durante boa parte do ciclo da cultura.
  • Vantagens: Maior produtividade devido ao controle do ambiente e da água, o que reduz a competição com plantas daninhas.
  • Desvantagens: Alto consumo de água e custo elevado de infraestrutura de irrigação.

Arroz de sequeiro:

  • Descrição: Cultivado em áreas de sequeiro, sem irrigação artificial. A cultura depende exclusivamente da chuva para o desenvolvimento.
  • Vantagens: Menor custo de produção, adequado para regiões com chuvas regulares e bem distribuídas.
  • Desvantagens: Menor produtividade, risco de estresse hídrico e maior competição com plantas daninhas.

Manejo da cultura do arroz

O manejo adequado da cultura do arroz é fundamental para garantir altas produtividades e sustentabilidade no cultivo. As principais práticas de manejo incluem:

Preparação do solo: A preparação do solo varia conforme o sistema de cultivo. No arroz irrigado, a nivelamento do solo é crucial para garantir uma lâmina de água uniforme. Em sistemas de sequeiro, a aração e gradagem são práticas comuns para incorporação de resíduos e controle de plantas daninhas.

Adubação: O manejo nutricional é essencial para o desenvolvimento da cultura. A adubação com nitrogênio, fósforo e potássio deve ser realizada com base na análise de solo e nas necessidades da planta em diferentes estágios de crescimento.

Controle de plantas daninhas: Em sistemas irrigados, o alagamento ajuda a suprimir o crescimento de muitas espécies de plantas daninhas. No entanto, em sistemas de sequeiro, o uso de herbicidas e controle mecânico são práticas comuns.

Irrigação: No arroz irrigado, o manejo da água é crucial. A lâmina de água deve ser mantida de acordo com o estágio de desenvolvimento da planta, evitando tanto o estresse hídrico quanto o excesso de água.

Manejo de pragas e doenças: O monitoramento constante e o uso de práticas de controle integrado são essenciais para evitar perdas significativas. Variedades resistentes, rotação de culturas e controle químico são algumas das estratégias utilizadas.

Colheita: A colheita deve ser realizada no momento certo para evitar perdas por queda de grãos e garantir a qualidade do produto final. O teor de umidade dos grãos é um indicador importante para determinar o momento ideal da colheita.

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