Nutrição Foliar: O Que É, Como Funciona e Quando Utilizar

Por My Farm Agro  — Cuiabá/MT

A nutrição de plantas é um dos pilares da alta produtividade no campo. Entre as estratégias de adubação, a via foliar tem se destacado como um complemento importante para suprir demandas nutricionais específicas das culturas. Mas quais são as diferenças entre a adubação foliar e radicular? Quando recorrer a essa técnica? Quais fatores afetam sua eficácia? Vamos explorar esses pontos.

Adubação Foliar vs. Adubação Radicular

A adubação radicular ocorre via solo e depende do sistema radicular da planta para absorver os nutrientes. A eficiência desse processo está relacionada à disponibilidade dos elementos no solo, à sua interação com outros nutrientes e à condição da raiz.

Já a adubação foliar consiste na aplicação direta de nutrientes nas folhas, promovendo uma absorção rápida. Contudo, essa via tem limitações, pois as folhas possuem barreiras naturais, como a cutícula, que podem reduzir a eficiência da absorção.

Vantagens e Desvantagens da Adubação Foliar

Vantagens:

  • Rápida absorção: Os nutrientes aplicados nas folhas podem ser assimilados em poucas horas, sendo ideais para correções rápidas.
  • Suplementação estratégica: Permite corrigir deficiências específicas sem depender do solo.
  • Maior eficiência em solos problemáticos: Pode ser vantajosa em solos com baixa fertilidade ou onde a aplicação via solo não é viável economicamente.
  • Menores perdas: Evita processos como lixiviação, fixação ou volatilização de nutrientes, comuns na adubação via solo.

Desvantagens:

  • Absorção limitada: Algumas barreiras físicas das folhas podem reduzir a entrada de nutrientes.
  • Necessidade de aplicações frequentes: Por ser um complemento e não a fonte principal de nutrientes, pode exigir reaplicações.
  • Risco de fitotoxidez: Doses excessivas ou formulações inadequadas podem causar danos às folhas.

Fatores Que Afetam a Eficiência da Adubação Foliar

Para maximizar os benefícios da nutrição foliar, é essencial considerar alguns fatores:

  1. Momento de aplicação: A melhor hora para aplicar fertilizantes foliares é no início da manhã ou no final da tarde, evitando períodos de alta radiação solar.
  2. Composição da calda: Misturas inadequadas podem reduzir a eficiência da absorção.
  3. Clima e umidade: A umidade do ar influencia a dissolução dos nutrientes e sua entrada na folha.
  4. Estádio fenológico da planta: Tecidos jovens tendem a ter maior capacidade de absorção.
  5. Tipo de nutriente e formulação: Quelatos e sais solúvens tendem a ter melhor absorção foliar.

Quando Recorrer à Adubação Foliar?

A adubação foliar deve ser utilizada de forma complementar à adubação radicular. Alguns cenários indicam a necessidade dessa técnica:

  • Correção de deficiências nutricionais rápidas.
  • Em solos com baixa disponibilidade de nutrientes ou restrições físicas.
  • Em períodos críticos do ciclo da planta, quando a demanda por nutrientes é elevada.
  • Como estratégia para aumentar a eficiência da adubação radicular.

Sintomas de Deficiências Nutricionais em Plantas

Cada nutriente tem um papel específico na fisiologia vegetal, e sua deficiência pode causar sintomas visíveis. Veja alguns exemplos:

  • Nitrogênio (N): Folhas amareladas, crescimento reduzido.
  • Fósforo (P): Folhas arroxeadas, desenvolvimento radicular fraco.
  • Potássio (K): Bordas das folhas necrosadas, menor resistência a estresses.
  • Cálcio (Ca): Deformações nas folhas novas e necrose em pontas de raízes.
  • Magnésio (Mg): Clorose internerval em folhas mais velhas.
  • Boro (B): Retardo no crescimento e morte de gemas apicais.
  • Ferro (Fe): Clorose internerval em folhas jovens.
  • Zinco (Zn): Folhas pequenas e encurtamento dos internódios.

Conclusão

A nutrição foliar é uma ferramenta estratégica para potencializar o manejo nutricional da lavoura. Apesar de suas limitações, quando bem utilizada, pode corrigir deficiências de forma rápida e eficiente, maximizando o potencial produtivo das culturas. O segredo está em conhecer bem a fisiologia da planta, os nutrientes envolvidos e os momentos ideais para aplicação. Dessa forma, é possível garantir uma lavoura equilibrada e produtiva!

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