Falhas no uso de biológicos e como evitar

Por My Farm Agro  — Cuiabá/MT

Planta de soja com folha verde

O uso de produtos biológicos na agricultura deixou de ser tendência e se tornou uma realidade crescente nas lavouras brasileiras. A projeção é que o Brasil lidere o mercado global de bioinsumos nos próximos anos, com crescimentos expressivos em registros e área tratada. Mas, apesar da ascensão, ainda é comum observar falhas e frustrações no uso de biológicos em campo.

Na maioria das vezes, o problema não está no produto, mas na forma como ele é utilizado. Neste artigo, vamos explicar os principais erros, os fatores que afetam a eficiência dos biológicos e como evitar prejuízos com a má aplicação.

A importância de dominar o uso de biológicos

Os biológicos são ferramentas essenciais para o manejo sustentável de pragas, doenças e nematoides, além de contribuírem para a saúde do solo e indução de resistência nas plantas. Com mecanismos de ação distintos dos produtos químicos — como antibiose, parasitismo, competição, promoção de crescimento e ativação de defesa — eles atuam com eficiência quando bem posicionados e aplicados corretamente.

Tipos de bioinsumos e suas funções

Os bioinsumos se dividem em dois grandes grupos:

  • Inoculantes: microrganismos que promovem o crescimento vegetal, solubilizam nutrientes, fixam nitrogênio ou induzem tolerância ao estresse.

  • Biodefensivos: microrganismos (fungos, bactérias ou vírus) usados no controle de pragas, doenças e nematoides.

Cada produto possui características únicas — não basta saber o nome da espécie, é preciso entender a função da cepa, seu modo de ação e como ela se comporta nas condições reais do campo.

Principais erros no uso de biológicos

Apesar do potencial, muitos usuários cometem erros graves. Abaixo listamos os mais comuns:

1. Escolher produtos sem conhecer a cepa

Duas marcas com o mesmo microrganismo podem ter eficácias completamente diferentes. A cepa define a ação, agressividade e resultados. Exija sempre produtos registrados e testados.

2. Aplicação fora do momento ideal

Muitos biológicos dependem de ação preventiva. Aplicar depois que o problema está instalado (como em patógenos necrotróficos ou populações altas de nematoides) pode trazer pouco ou nenhum efeito.

3. Incompatibilidade com outros produtos

Misturas de tanque sem avaliação de compatibilidade (com fungicidas, inseticidas ou até outros biológicos) podem inativar o produto ou reduzir drasticamente sua eficácia.

4. Desconhecimento do mecanismo de ação

Biológicos agem de forma diferente dos químicos. Alguns precisam colonizar a raiz, outros parasitam ovos ou inibem germinação de esporos. Sem entender o mecanismo correto, é fácil errar o manejo.

5. Condições de solo desfavoráveis

Biológicos são organismos vivos. Se o solo estiver compactado, pobre em matéria orgânica ou com pH fora do ideal, o biológico pode não se estabelecer.

6. Falta de planejamento estratégico

Não adianta aplicar biológicos isoladamente. Eles devem ser parte de um plano de manejo integrado, junto a práticas culturais, genéticas e químicas — especialmente no controle de nematoides.

Fatores que afetam a eficiência dos biológicos

  • Condições ambientais: temperatura, luz e umidade interferem na viabilidade dos microrganismos.

  • Qualidade do produto: concentração, viabilidade, tempo de prateleira e tecnologia de formulação são determinantes.

  • Adubação e nutrição da planta: plantas mal nutridas não ativam corretamente os mecanismos de resistência.

  • Posicionamento estratégico: o sucesso exige saber onde, quando e como aplicar.

O custo da desinformação

Usar biológicos sem conhecimento técnico custa caro.
Aplicações erradas não apenas geram frustração e prejuízo financeiro, como também contribuem para a desconfiança generalizada sobre a tecnologia.

Enquanto alguns profissionais se destacam ao dominar o uso desses produtos, outros seguem perdendo produtividade e oportunidades, presos a conceitos ultrapassados ou tentativas frustradas.

Capacitação é o caminho

O uso eficiente de biológicos exige formação técnica, atualização constante e acesso a informação de qualidade, baseada na ciência e na prática.

Por isso, iniciativas como a Academia do Biológico são tão importantes para o agro brasileiro. Durante dois dias de imersão técnica, os participantes aprendem com os maiores especialistas do Brasil a dominar o uso estratégico de biológicos em diferentes contextos: pragas, doenças, solo e resistência.

 Última chamada: participe da Academia do Biológico – Uberlândia/MG

Dias 09 e 10 de julho
Imersão presencial com os maiores especialistas do Brasil

Garanta a sua vaga aqui

Destaque

Leia mais

Tratado de Budapeste: Entenda a importância

O Brasil deu um passo decisivo em sua trajetória de inovação com a formalização da adesão ao Tratado de Budapeste por meio do...

Potencial Produtivo da Soja: por que ainda estamos longe de alcançar?

A soja é a cultura mais importante do agronegócio brasileiro e uma das que apresenta maior potencial produtivo entre as...

Trilha FarmFlix: Manejo Integrado no sistema soja-milho

A agricultura enfrenta desafios cada vez maiores: pragas resistentes, doenças agressivas, nematoides invisíveis e plantas...