Avaliação de plantio: como fazer?

Por My Farm Agro  — Cuiabá/MT

A semeadora é a primeira máquina que entra no campo a cada safra — e, muitas vezes, a que mais determina o sucesso ou o fracasso da colheita.
No entanto, ainda é comum ver produtores que avaliam a qualidade do plantio apenas “no olho”, acreditando que uma lavoura visualmente uniforme já é garantia de produtividade.

A verdade é que avaliar o plantio de forma técnica e com métricas confiáveis é indispensável. Neste artigo, vamos mostrar por que a avaliação é tão importante, quais erros são mais comuns, o que analisar no campo e como corrigir falhas que comprometem o rendimento.

A importância de avaliar o plantio

Avaliar o plantio significa medir a eficiência da semeadora em posicionar as sementes no solo, com a população, o espaçamento e a profundidade corretos.
Essa análise é fundamental porque:

  • Falhas deixam espaços vazios, que são rapidamente ocupados por plantas daninhas.

  • Duplas aumentam a competição entre plantas, gerando dominância e espigas/vagens menores.

  • Profundidade irregular resulta em emergência desuniforme, prejudicando a interceptação de luz e a formação de componentes produtivos.

  • Uniformidade é o que garante plantas fortes, alinhadas e com maior capacidade de expressar seu potencial genético.

Em resumo: a regulagem pode estar perfeita na teoria, mas só a avaliação mostra se o plantio realmente está entregando resultados no campo.

Como a qualidade do plantio afeta a lavoura

Uma semeadura mal avaliada (ou não avaliada) gera problemas que se estendem até a colheita:

Na soja: menor número de vagens por planta, menos grãos por vagem e peso de mil grãos reduzido.
No milho: menos fileiras de grãos por espiga, menor número de grãos por fileira e espigas mais curtas.
No algodão: plantas desuniformes e baixa qualidade da fibra.

Cada falha ou dupla registrada significa dinheiro perdido em sementes, insumos e área cultivada.

Erros mais comuns na avaliação do plantio

  1. Confiar apenas no visual – A lavoura pode parecer uniforme, mas sem métricas não há garantia de eficiência.

  2. Regular uma única vez na safra – Condições de solo e palha variam, exigindo ajustes constantes.

  3. Não identificar a origem do problema – Falha pode estar no dosador, na velocidade, no tubo condutor ou no downforce.

  4. Ignorar métricas técnicas – Coeficiente de variação (CV), porcentagem de falhas e duplas são indicadores que precisam ser medidos.

O que avaliar no campo

Uma avaliação completa deve considerar:

  • População de plantas: está dentro do recomendado para a cultura e o híbrido/variedade?

  • Espaçamento entre sementes/plantas: medir a distância entre elas e classificar como aceitável, dupla ou falha.

  • Porcentagem de falhas e duplas: cada ponto a mais compromete produtividade.

  • Profundidade de semeadura: deve ser uniforme, evitando atraso na emergência.

  • Emergência uniforme: plantas desuniformes = plantas dominadas.

  • Coeficiente de variação (CV): quanto menor, melhor a distribuição.

Como corrigir os problemas detectados

  • No dosador: trocar discos inadequados, ajustar vácuo, revisar raspadores e engrenagens.

  • Na queda da semente: reduzir velocidade, revisar tubos condutores, aplicar grafite na medida certa.

  • Na profundidade: ajustar sulcadores, rodas limitadoras e pressão (downforce).

  • Na transmissão: calibrar pneus, revisar cabos e correntes, evitar patinagem da roda motriz.

  • Na operação: acompanhar a cada talhão, fazer paradas estratégicas para verificar o sulco e corrigir no momento certo.

Conclusão

Avaliar o plantio é o que separa a impressão da realidade.
Com métricas corretas, é possível identificar falhas, entender onde está o problema e corrigi-lo a tempo, garantindo uniformidade, maior produtividade e melhor retorno econômico.

Ignorar a avaliação é abrir mão de parte da colheita antes mesmo de a safra começar.

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