A soja é a cultura mais importante do agronegócio brasileiro e uma das que apresenta maior potencial produtivo entre as grandes commodities. No entanto, quando olhamos para a diferença entre o que a planta poderia produzir e o que de fato entregamos em campo, percebemos uma lacuna significativa.
Essa diferença recebe o nome de yield gap – a lacuna de produtividade.
O que é Potencial Produtivo?
O potencial produtivo é a quantidade máxima de grãos que uma lavoura de soja poderia produzir em condições ideais, sem restrições de água, nutrientes ou perdas por pragas e doenças.
Ele é definido principalmente por fatores climáticos e fisiológicos, como:
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Radiação solar → energia que alimenta a fotossíntese.
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Temperatura → regula metabolismo e duração do ciclo.
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Fotoperíodo → controla a transição para o florescimento.
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Genética (cultivar) → cada material responde de forma diferente ao ambiente.
No Brasil, estudos apontam que o teto produtivo da soja ultrapassa 100 sc/ha, tornando o país referência em potencial.
Por que não alcançamos todo esse potencial?
Apesar de termos um teto altíssimo, a média nacional gira em torno de 55–60 sc/ha. Isso significa que quase metade do potencial da soja se perde no caminho.
As razões estão nos fatores que:
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Limitam o teto produtivo: água e nutrientes disponíveis no solo.
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Reduzem a produtividade já conquistada: pragas, doenças e plantas daninhas.
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Conectam planta e ambiente: decisões de manejo, como época de semeadura, escolha da cultivar e qualidade do perfil de solo.
Em outras palavras: não basta ter radiação e genética favoráveis se a raiz não consegue explorar o solo, se o manejo não é adequado ou se o clima atua de forma desfavorável.
Fatores que afetam a produtividade da soja
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Clima – radiação, temperatura e regime hídrico são os principais determinantes do teto produtivo. Cada mm de déficit hídrico pode custar até 9 kg/ha de grãos.
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Solo – compactação, acidez e baixa fertilidade limitam o crescimento radicular, restringindo acesso a água e nutrientes.
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Manejo – época de semeadura, densidade populacional, arranjo de plantas e controle de pragas/doenças têm impacto direto no rendimento.
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Genética – a escolha da cultivar correta para cada ambiente pode representar dezenas de sacas a mais na colheita.
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Nitrogênio – em lavouras de alta produtividade, o déficit desse nutriente se torna um gargalo invisível que precisa ser manejado.
Por que é tão importante dominar esses conceitos?
Compreender a ecofisiologia da soja e os fatores que determinam, limitam e reduzem sua produtividade é essencial para:
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Identificar onde está o yield gap da sua lavoura.
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Tomar decisões de manejo mais assertivas, baseadas em ciência.
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Direcionar investimentos para o que realmente aumenta rendimento.
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Reduzir riscos frente ao clima e aumentar a estabilidade produtiva.
Dominar esses conceitos é o que diferencia o produtor ou agrônomo que entende o processo daquele que apenas observa os resultados.
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Como clima, radiação, temperatura, fotoperíodo e risco climático afetam a soja.
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