As pragas agrícolas estão entre os principais fatores de perda de produtividade nas lavouras brasileiras. Lagartas, percevejos, mosca-branca e outros insetos sugadores e mastigadores causam danos severos à planta, reduzindo a capacidade fotossintética, afetando o enchimento de grãos e até transmitindo doenças.
Diante desse cenário, o produtor precisa adotar estratégias mais inteligentes de controle, indo além do uso isolado de inseticidas. É nesse ponto que entra o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
O que é Manejo Integrado de Pragas?
O MIP é um conjunto de práticas que busca manter as populações de insetos abaixo do nível de dano econômico. Ou seja, o objetivo não é eliminar todas as pragas, mas sim equilibrar o sistema produtivo, reduzindo prejuízos e otimizando recursos.
Essa abordagem combina diferentes estratégias: culturais, biológicas, químicas e genéticas, aplicadas de forma planejada e complementar.
Danos causados por pragas agrícolas
-
Redução da fotossíntese por desfolha e sucção de seiva.
-
Perda de qualidade dos grãos, devido ao ataque direto ou transmissão de patógenos.
-
Menor vigor da planta, prejudicando o enchimento e aumentando a suscetibilidade a doenças.
-
Queda na produtividade, que pode variar de alguns pontos percentuais até perdas totais em infestações severas.
Além dos danos diretos, o uso excessivo de inseticidas químicos gera resistência, aumentando ainda mais a dificuldade de controle.
Estratégias de controle no MIP
1. Controle químico
-
Uso de inseticidas seletivos e rotação de mecanismos de ação.
-
Indispensável em áreas de alta pressão, mas precisa ser integrado para evitar resistência.
2. Controle biológico
-
Liberação de inimigos naturais (como Trichogramma e joaninhas).
-
Uso de bioinseticidas à base de microrganismos (como Bacillus thuringiensis, Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae).
-
Atua melhor quando aplicado preventivamente ou em associação com químicos.
3. Controle cultural
-
Rotação de culturas e adoção de plantas de cobertura.
-
Manejo de restos culturais e eliminação de hospedeiros alternativos.
-
Época e densidade de semeadura.
4. Controle genético
-
Cultivares resistentes a insetos ou tolerantes a danos.
-
Uso de transgênicos (Bt), quando bem manejados, ajuda a reduzir pressão de pragas.
Como combinar estratégias de manejo?
1º Exemplo– Lagartas
-
Uso de cultivares Bt + monitoramento constante.
-
Em caso de alta pressão → aplicação de bioinseticidas.
-
Se necessário, complementar com químico seletivo em rotação.
2º Exemplo – Percevejos
-
Manejo cultural (eliminação de tigueras).
-
Monitoramento com pano de batida.
-
Aplicações químicas no momento correto, associadas a bioinseticidas para reduzir a população.
3º Exemplo – Mosca-branca
-
Plantas de cobertura para quebrar ciclo.
-
Cultivares tolerantes.
-
Aplicação de inimigos naturais (Encarsia spp.) + químico seletivo em áreas críticas.
Fatores que afetam a eficiência do MIP
-
Momento de aplicação: biológicos funcionam melhor de forma preventiva; químicos exigem ponto ideal de controle.
-
Compatibilidade de ferramentas: alguns químicos podem inativar microrganismos biológicos.
-
Histórico da área: pressão de pragas muda conforme região e cultivo.
-
Condições ambientais: temperatura, umidade e microclima afetam o sucesso das estratégias.
Conclusão
O Manejo Integrado de Pragas é a base para uma agricultura mais eficiente e sustentável.
Mais do que “combater pragas”, o produtor precisa aprender a combinar estratégias para proteger a lavoura, reduzir custos e preservar a longevidade das tecnologias disponíveis.
Participe da Semana do Manejo Integrado
Quer aprender na prática como aplicar essas estratégias no campo?
Participe da Semana do Manejo Integrado, um evento online e gratuito da FarmFlix.
3 dias de conteúdo com especialistas:
Doenças → João Ascari
Pragas → Paulo Adami
Nematoides → Cláudia Arieira
Garanta sua inscrição gratuita:Inscreva-se
O próximo passo da sua lavoura começa aqui!