A soja é a cultura agrícola mais importante do Brasil e uma das que apresenta maior potencial produtivo no mundo. Em condições ideais, os tetos de produtividade ultrapassam facilmente as 100 sacas por hectare.
Mas, na prática, a média colhida nas lavouras brasileiras é de apenas 55 a 60 sacas por hectare.
Essa diferença entre o que poderíamos colher e o que realmente entregamos recebe o nome de yield gap – a famosa lacuna de produtividade.
O que é Potencial Produtivo?
O potencial produtivo da soja é definido por condições ideais de ambiente e fisiologia da planta. Ele é determinado principalmente por:
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Radiação solar → fonte primária de energia para fotossíntese.
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Temperatura → regula a velocidade do metabolismo da planta.
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Fotoperíodo → controla a indução floral e o ciclo da cultura.
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Genética (cultivar) → diferentes materiais têm capacidades distintas de aproveitar o ambiente.
Esses fatores definem o teto máximo de produtividade.
Por que não produzimos tudo o que poderíamos?
Mesmo com um teto tão alto, a produtividade média no Brasil fica bem abaixo do potencial. Isso acontece porque outros fatores atuam como barreiras:
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Limitantes: disponibilidade de água e nutrientes no solo.
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Redutores: pragas, doenças e plantas daninhas.
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Manejo: época de semeadura, perfil de solo, densidade e arranjo de plantas.
Ou seja, mesmo quando o teto é alto, cada detalhe que não está ajustado derruba sacas.
Um exemplo prático está no solo: cada 0,1 ponto abaixo do pH ideal (5,5–6,5) pode custar até 150 kg/ha, o que equivale a cerca de 2,5 sacas por hectare perdidas.
O papel do solo e das raízes
As raízes são a base para que a planta consiga explorar água e nutrientes. Porém, estudos mostram que 70 a 80% das raízes da soja estão concentradas nos 10–20 cm superficiais do solo.
Compactação, acidez e baixa fertilidade fazem com que as raízes não se aprofundem.
Com isso, a planta não acessa recursos essenciais, e o potencial produtivo fica comprometido.
Doenças: um inimigo silencioso
Outro fator que rouba sacas é a sanidade foliar.
O uso adequado de fungicidas pode fazer a diferença: lavouras com até 4 aplicações chegam a colher 10 sacas a mais por hectare, em comparação às mal manejadas.
Isso acontece porque manter as folhas verdes garante maior fotossíntese no enchimento de grãos, fase crítica para definir o rendimento final.
Uma Nova Série Para o Agro
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com o especialista Alencar Zanon, referência nacional em ecofisiologia da soja.
Na Primeira Temporada – O Potencial Esquecido, você vai aprender:
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O que é o potencial produtivo da soja e como medi-lo.
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O conceito de yield gap e como identificar onde estão as perdas.
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Como solo, raízes, manejo e doenças afetam a produtividade.
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Estratégias práticas para reduzir perdas e colher mais sacas.
Conclusão
O potencial produtivo da soja no Brasil é imenso, mas o grande desafio está em transformar esse teto em produtividade real no campo.
E isso só é possível quando o produtor ou agrônomo entende a ecofisiologia da cultura, identifica gargalos e adota estratégias de manejo mais assertivas.
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