A safra brasileira 2025/26 entra em uma fase decisiva. A combinação entre clima irregular, produtividade ajustada e expectativas de mercado tem provocado revisões importantes nas projeções de soja e milho. Consultorias como a StoneX divulgaram novos números que ajudam a entender o cenário deste ciclo e os riscos que ainda podem afetar o resultado final.

Neste artigo, você confere os dados mais recentes, os motivos das revisões e um panorama técnico do que esperar para os próximos meses — tanto para a soja, que registrou leve recuo, quanto para o milho verão, que teve sua produção elevada.

Vamos aos dados.

1. Soja na safra 2025/26: produção recua para 177,2 milhões de toneladas

Revisão de -0,9%: o que explica a queda?

A nova projeção da StoneX indica que a produção de soja na safra 2025/26 deve alcançar 177,2 milhões de toneladas, representando um recuo de 0,9% em relação ao relatório anterior.

Apesar da queda, o volume ainda representa uma das maiores safras da história do Brasil, reforçando a força produtiva nacional — mas com importantes sinalizações de alerta.

Principais fatores que levaram ao recuo:

1.1. Produtividade revisada para baixo

Estados fundamentais para a produção, como Mato Grosso e Goiás, sofreram com irregularidade no regime de chuvas, atraso no plantio e replantios pontuais, reduzindo o potencial produtivo.

1.2. Clima irregular no início do ciclo

O período inicial de plantio apresentou precipitações mal distribuídas, impactando o desenvolvimento inicial das plantas e exigindo ajustes nas estimativas de produtividade.

1.3. Expansão de área insuficiente

Embora a área plantada tenha aumentado, esse crescimento não foi suficiente para compensar as perdas de produtividade registradas em regiões estratégicas.

2. Milho verão 2025/26: produção é elevada para 26,1 milhões de toneladas

Enquanto a soja recebe ajustes negativos, o milho verão apresenta cenário oposto. Segundo a StoneX, a primeira safra de milho deve atingir 26,1 milhões de toneladas, um avanço de 1,9% em relação ao relatório anterior.

Por que a projeção do milho aumentou?

2.1. Melhores condições climáticas no início do desenvolvimento

Diferentemente da soja, grande parte das regiões produtoras de milho verão registrou condições mais favoráveis, garantindo bom estabelecimento de lavouras.

2.2. Expectativa de produtividade mais elevada

Estados do Sul e Sudeste apresentaram performance superior ao projetado inicialmente, puxando a revisão positiva da estimativa.

2.3. Calendário de plantio adequado

O milho verão entrou com boa janela, reduzindo riscos e favorecendo a manutenção do potencial produtivo.

3. Comparação entre as culturas: sinais contrastantes na mesma safra

A safra 2025/26 reforça um ponto importante: cada cultura responde de forma diferente às mesmas condições macroclimáticas.

Enquanto a soja apresenta maior sensibilidade ao atraso no início das chuvas e a irregularidades na distribuição hídrica, o milho verão conseguiu se beneficiar de janelas climáticas melhores.

Principais contrastes:

4. O que o produtor deve acompanhar daqui para frente

O andamento da safra ainda pode mudar, e o comportamento climático nas próximas semanas será determinante para consolidar ou alterar as projeções.

4.1. Regularização das chuvas

A distribuição de precipitações no período reprodutivo da soja será crucial. Falhas nesse período podem provocar novas revisões.

4.2. Desenvolvimento vegetativo do milho

Para o milho verão, a consistência climática entre vegetativo e enchimento de grãos é o principal ponto de atenção.

4.3. Impactos no planejamento da safrinha

A dinâmica entre soja e milho verão influencia diretamente o calendário da safrinha — especialmente em regiões como Mato Grosso.

4.4. Possíveis ajustes de mercado

Oscilações nas estimativas de produção podem influenciar estratégias de comercialização e decisões sobre travas de preço.

5. Conclusão: uma safra que exige monitoramento constante

A safra 2025/26 se mostra forte e robusta, mas também marcada por contrastes: a soja perde um pouco de ritmo enquanto o milho ganha fôlego. As próximas semanas serão determinantes, especialmente para confirmar o potencial produtivo das lavouras e definir o comportamento do mercado.

Produtores, consultores e profissionais do agro devem acompanhar atentamente o clima, relatórios de produtividade e a evolução das lavouras — informações que serão decisivas para o planejamento das próximas operações.